sábado, 28 de fevereiro de 2009

EUA dizem que ainda é cedo para adesão de Cabo Verde à NATO

Via Notícias Lusófonas:

Os esforços “bem sucedidos” de Cabo Verde no combate ao tráfico de droga e na boa governação podem abrir portas a outras organizações regionais ou internacionais, sendo ainda cedo para se definir uma eventual adesão à NATO.

As palavras são da embaixadora dos Estados Unidos na Praia, Marianne Myles, quando questionada hoje pela Agência Lusa sobre a eventualidade de Cabo Verde poder aderir ou entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

(imagem picada daqui)

A diplomata norte-americana, que falava à Lusa na sequência da visita de um dia a Cabo Verde da Adjunta do Comandante para as Actividades Civis e Militares do Comando Africano dos Estados Unidos (Africom), Mary Carlin Yates, salientou que os esforços “bem sucedidos” das autoridades da Praia no combate ao tráfico de droga e outras ilegalidades “podem abrir muitas portas de muitas organizações”.

“O nível de cooperação que Cabo Verde tem mantido e o interesse em encontrar uma solução regional fala muito bem por Cabo Verde, mostra os esforços desenvolvidos. Têm vários parceiros e uma relação especial com a União Europeia (UE) e isso é muito importante para o futuro”, referiu.

“Não penso que estamos (EUA) em posição de expressar uma opinião sobre uma eventual adesão do país à NATO, ou sobre um convite ao país para integrar a NATO. A questão importante é saber se estão a colaborar com os parceiros e se estão a realizar progressos na luta contra o tráfico de droga. E, ambos os casos, a minha resposta é sim, o que irá abrir portas de muitos lados”, frisou Marianne Myles.

“Um parceiro que tem caminhado na direcção certa e que tem mostrado melhorias na luta contra o tráfico de droga, afectando recursos (financeiros e humanos) para essa prioridade, obviamente que vai abrir ainda mais portas a parceiros. Cabo Verde, aliás, tem-se mostrado um parceiro muito fiável, de muitas maneiras”, adiantou.

Já Mary Yates, instada a pronunciar-se sobre o papel que Portugal pode desenvolver no combate ao tráfico de droga na África Ocidental, nomeadamente em Cabo Verde e Guiné-Bissau, indicou que as autoridades de Lisboa estão a trabalhar já nas formas de actuação a seguir, integrando-se nas acções de cooperação bilateral e multilateral.

“Temos uma excelente cooperação com Portugal, onde já estive (em Novembro de 2008), e temos em curso uma acção conjunta na área da formação da Polícia, entre outras acções. Mas estamos a procurar novas formas de cooperação, aos níveis bilateral e multilateral, e é por isso que irei ainda ao Gana, Senegal e Guiné-Bissau, para tentar apoiar o processo de reformas no domínio da segurança”, referiu.

Sobre a eventualidade de Cabo Verde poder vir a albergar a sede do Africom, Mary Yates reiterou o que já tinha dito em Novembro último, quando esteve em Lisboa, lembrando que, até 2012, o “quartel-general” do Comando permanecerá em Estugarda (Alemanha).

“Até 2012, (a sede do Africom) manter-se-á em Estugarda. Por isso, com a nossa presença lá, e em colaboração estreita com os governos da África Ocidental e com os aliados europeus, é uma boa solução para encontrarmos soluções”, referiu.

Mary Yates chegou quinta-feira à noite à Praia para manter encontros com os ministros cabo-verdianos da Defesa, Cristina Lima, e dos Negócios Estrangeiros, José Brito, com quem analisou o reforço da cooperação norte-americana em vários domínios, com realce para o apoio às acções conjuntas no combate ao tráfico de droga.

Missão comandada por Portugal chega à Somália no fim de Março

Via Diário Digital:

A NATO alterou a missão da sua força naval permanente, comandada por Portugal, definindo uma intervenção no combate à pirataria na Somália a partir do final de Março, disse à Lusa o Estado-Maior General das Forças Armadas.

"O Conselho do Atlântico Norte, a parte política da NATO, aprovou uma alteração da missão, havia só um trânsito na zona da Somália e agora vai haver uma actuação [contra a pirataria] durante algum tempo", disse hoje à Lusa o porta-voz do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), o comandante Ramos de Oliveira.

Segundo o comandante, depois desta decisão há que proceder a uma fase de "enquadramento em termos legais da actuação" contra a pirataria, sendo também necessário "coordenar a actuação" com todos os intervenientes que estão actualmente naquele ponto do globo.

"Há que coordenar meios e aspectos legais para a actuação da força", disse.

No final de 2008, a União Europeia lançou uma missão naval de combate à pirataria na zona do Corno de África, que conta com a participação de um oficial português.

O Diário de Notícias adiantou hoje que a força naval permanente da NATO "já recebeu autorização formal para ficar cerca de quarenta dias no golfo de Adem a combater a pirataria". O jornal diz ainda que esta missão "recém-aprovada prolonga-se até meados de Maio".

A fragata "Álvares Cabral" da Marinha Portuguesa assumiu o comando da força naval permanente da Aliança Atlântica - o Standing NATO Maritime Group One (SNMG1) - no final de Janeiro, indo liderar a "Operação Pérola", inicialmente apenas de patrulhamento marítimo no sudoeste asiático, passando em países com a Índia, o Paquistão e a Austrália.

"Dentro de uma a duas semanas teremos mais dados", garantiu Ramos de Oliveira, dizendo que por enquanto não há qualquer previsão sobre o tempo que os oito navios comandados por Portugal poderão actuar.

"Sabemos que o período há-de ser maior do que aquele que estava previsto em termos de passagem, vai depender dos portos que ficarem definidos para esta missão", referiu o militar, acrescentando que esta intervenção na costa somali poderá dividir-se em duas que terão lugar em alturas diferentes.

A fragata portuguesa é constituída por mais de 150 militares e tem ainda um helicóptero "Lynx" integrado.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Posição de Portugal na NATO reforçada

(imagem picada daqui)

No encontro informal de Ministros da Defesa em Cracóvia, que antecede a Cimeira de Estrasburgo/Kehl que no início de Abril celebrará o 60.º Aniversário da Aliança Atlântica, saiu reforçada a posição de Portugal com a decisão que permitirá ao nosso país ter um comando de nível dois, sendo que apenas existem outros dois semelhantes na Europa.

Segundo a TSF, O Ministro da Defesa Nacional, Nuno Severiano Teixeira, destacou que esta decisão «É muito importante porque está ligado à força de resposta rápida da Nato e é também um sinal importante da importância do flanco Sul para a aliança Atlântica, uma vez que estará virado para as zonas do Mediterrâneo e de Àfrica», tendo ainda afirmado que «É um objectivo que Portugal perseguia desde o ínicio e naturalmente que politicamente tinha sido sempre um objectivo definido, mas há aqui [a destacar também] a contribuição da diplomacia e das forças armadas portuguesas que no seu desempenho contribuiram para que esse objectivo fosse possível».

Também o ex-chefe de Estado Maior General das Forças Armadas Gabriel Espírito Santo se referiu à importância desta decisão. Segundo a TSF, O general Gabriel Espírito Santo destacou o facto de Portugal, até ao momento, poder apenas «coordenar acções, principalmente de auxilio humanitário», sendo que, agora, com esta decisão, vai passar a «ter maiores capacidades de comando e controlo», ou seja, «maior responsabilidade na estrutura militar da Nato».
«Isso é importante para Portugal» porque vai permitir ao comando português ter «maiores capacidades de comandar» outras forças e de ter «maior autonomia no planeamento e condução de operações militares».

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Newsletter n.º 1 - Aula Aberta "As implicações do conflito georgiano na conjuntura internacional"

No dia 22 de Outubro de 2008 realizou-se no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), uma aula aberta subordinada ao tema “As implicações do conflito georgiano na conjuntura internacional”. Organizada em conjunto pela AJPA e o Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais (NERI) do ISCSP, muito agradecemos ao Professor Doutor Marcos Farias Ferreira e à Mestre Isabel David a disponibilidade enquanto oradores na aula aberta que contou com um auditório repleto. 

Newsletter n.º 1 - Conferência "Energy for all - a challenge for all"

Nos dias 26 e 27 de Novembro de 2008, teve lugar na Haia uma interessante Conferência organizada pela YATA Holandesa subordinada ao tema “Energy for all – a challenge for all”.

Neste encontro, estiveram presentes representantes das mais diversas YATA’s, o que permitiu obter um resultado final que espelhasse as verdadeiras preocupações mundiais naquilo que diz respeito às questões energéticas. Desta forma, considero que tal conferência foi bastante proveitosa, principalmente porque fez compreender aos jovens presentes as dificuldades existentes nos processos de negociação relativos a estas matérias. Devo desta forma agradecer a todo o Staff pela magnífica Conferência que organizaram.
Como introdução ao tema que iria ser tratado, os participantes tiveram a oportunidade de estudar em detalhe aqueles que são os “Shell Energy Scenarios to 2050”. A análise detalhada de tal documento permitiu concluir que existe por parte de todos os actores internacionais o reconhecimento da necessidade de mudar, de criar novas vias, diferentes daquelas que até então guiam os nossos destinos. É, portanto, necessário que tenhamos a consciência de que as alterações climáticas são de facto uma realidade, cabendo ao homem lutar para as subverter, isto se quiser viver num mundo mais saudável e justo para com as necessidades ambientais.

É, no entanto, uma questão de grande interesse para o mundo e que como tal é também muito polémica. Como é possível conciliar dentro da União Europeia uma única Política Energética Comum? Como é possível gerir as desigualdades ao nível da posse de recursos energéticos entre Estados? Será responsável a continuação da aposta no petróleo ainda que reformulado, no sentido de o tornar menos poluente? Será mais responsável apostar nos renováveis? Irão os Estados Unidos aceitar um novo “Protocolo de Quioto” em 2013? Enfim, foram estas e muitas mais as questões colocadas pelos participantes aos oradores convidados. Mas como atrás referi, são perguntas interessantes mas de difícil resposta.

Mas aquilo que de maior interesse reveste esta conferência prende-se com o papel da NATO no meio de todas estas problemáticas. Como sabemos a NATO foi fundada em 1949 como organização militar defensiva, cujo objectivo era a defesa dos seus Estados Membros. Aquilo a que hoje em dia assistimos, e pudemos comprovar nesta sessão, é uma quase total inversão do papel da NATO no mundo, vendo-se cada vez menos como organização defensiva e cada vez mais como organização securitária. Isto é, o papel da NATO, naquilo que diz respeito a estas matérias, consiste na protecção das zonas críticas, ou seja, na vigilância daquelas zonas que pelo seu potencial energético são constantemente foco de crises, que a mais das vezes culminam em conflitos armados. Foram dados exemplos como o combate à pirataria nas águas da Etiópia, a instabilidade política e social na região dos Balcãs, os ataques frequentes às centrais petrolíferas por parte de grupos armados rebeldes que, pela sua acção subversiva, impõem a instabilidade nestas áreas regionais, o que por efeito de catapulta vem a ter consequências nas forma como a cena internacional se encontra estabelecida. Nesta perspectiva, a NATO mais não é que um elemento de estabilização nestas áreas. Esta é uma perspectiva interessante, que demonstra a capacidade da NATO se adaptar às novas exigências da sociedade internacional, bastante mais complexa e exigente que nos anos da sua fundação.

Podemos então concluir que a Conferência foi no seu todo bastante proveitosa, visto que os seus participantes tiveram a oportunidade de ficar a conhecer um pouco melhor a questão das alterações climáticas e dos esforços que estão neste sentido a ser conseguidos, ou não a nível internacional.

Jorge Piteira Martins
AJPA

Newsletter n.º 1 - 13.ª Assembleia Geral da Youth Atlantic Treaty Association

A 13.ª Assembleia Geral da YATA decorreu em Berlim entre os dias 8 e 12 de Novembro de 2008. Começou com uma recepção no lindíssimo Palais am Festungsgraben e um discurso de boas vindas por Troels Frøling, Secretário-geral da ATA, seguindo-se a entrega dos Prémios YATA 2008.

A 9 de Novembro a Assembleia Geral iniciou os seus trabalhos com a sessão de abertura no Federal College of Security Studies (BAKS). Durante a tarde foram apresentados os Joint Research Projects desenvolvidos por diversos delegados durante o último ano, tivemos a oportunidade de ouvir palestras interessantíssimas por parte de oradores como o Almirante Ferdinando Sanfelice Di Monteforte e o Professor Carlos Masala, cujas palestras incidiram particularmente sobre as temáticas regionais do Cáucaso e Balcãs, e as relações com a Rússia, tendo ainda sido realizada uma videoconferência com os nossos colegas da Russian Youth Association for Euro-Atlantic Cooperation. Ao final da tarde tivemos ainda uma vernissage da exposição “Make Art – Not War”, pelas Young Afghan Women Artists da Kabul Art School.
Na segunda-feira, o Concelho da YATA reuniu-se e fez eleger um novo Executive Board, mas, ainda mais importante que isso, aprovaram-se os estatutos revistos, um documento fundamental para a organização. Tivemos ainda a oportunidade de ouvir uma palestra por Elshad Iskandarov, Secretário-geral do Fórum da Juventude da Conferência Islâmica para o Diálogo e Cooperação, que nos deu uma perspectiva mais compreensiva sobre os assuntos relacionados com o diálogo cultural. Durante a tarde juntámo-nos à 54.ª Assembleia Geral da ATA, que começou com os discursos de Angela Merkel, Chanceler alemã, e de Jaap de Hoop Scheffer, Secretário-geral da NATO. A Chanceler alemã enfatizou a necessidade de fortalecer as relações transatlânticas com o recém-eleito Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, a ideia da solidariedade entre os membros da aliança e ainda a parceria renovada com a Rússia. Por outra lado, o Secretário-geral da NATO destacou o simbolismo da Porta de Brandenburgo como forma de incentivar a ATA para continuar a servir como “uma ponte entre a NATO e a opinião pública”, para continuar com as suas capacidades únicas de gerar consensos e ao nível educacional.

O conceito que emprestou o nome a esta reunião, “NATO Talk around the Brandenburger Tor”, consistiu em seis conferências organizadas em seis embaixadas, na terça-feira, onde se discutiram diversos assuntos e desafios que a NATO enfrenta na actualidade:

1. “The US, Europe, NATO and the challenges of the Eastern dimension”, Embaixada dos Estados Unidos da América
2. “Reforming NATO”, Embaixada do Reino Unido
3. “NATO in Afghanistan: Advancing security and promoting peace”, Embaixada da Hungria
4. “European Security and Defense policy (ESDP) and NATO” , Embaixada de França
5. “Ukraine’s role in addressing new security challenges in the Euro-Atlantic Area”, Embaixada da Ucrânia
6. “Red lines of the Russian Foreign and Security Policy”, Embaixada da Rússia.

No final de dia houve ainda uma cerimónia de encerramento no Ministério da Defesa e, finalmente, na quarta-feira, a ATA finalizou os seus trabalhos, coroados desde logo por uma liderança renovada representada pela eleição do Dr. Karl Lamers para a Presidência da ATA.

Este foi um evento único e notável cuja organização temos de agradecer à ATA e YATA da Alemanha, em especial na pessoa do Sr. Christian Schmidt, Presidente da ATA alemã.

Samuel de Paiva Pires
AJPA

Newsletter n.º 1 - 13.º Seminário da Associação da Juventude Portuguesa do Atlântico

O número 13 é na maioria das culturas um número de azar. De 2 a 9 de Agosto de 2008 teve lugar o 13.º Seminário da Associação da Juventude Portuguesa do Atlântico (PAYS), subordinado ao tema “What Comprehensive Approach to International Security?”.

Este Seminário foi uma boa oportunidade para juntar membros da YATA, jovens profissionais e estudantes de cerca de 20 países, para debater assuntos de grande interesse, tais como a segurança internacional, o futuro das relações NATO-UE, desafios de segurança em África, responsabilidade de proteger, um futuro conceito estratégico para a Aliança, entre outros. 

Mas não foi só isto. Foi também uma oportunidade extraordinária para os participantes aprenderem e descobrirem um pouco da cultura e da história portuguesa.

No primeiro dia, sábado, 2 de Agosto, houve uma reunião formal com os representantes da Comissão Portuguesa do Atlântico, que fizeram um discurso de boas-vindas e onde foi ainda dada informação de índole prática. O Coronel João C. L. Barbosa da Base de Sintra da Força Aérea, a primeira Base aérea portuguesa, onde decorreu o seminário, tomou também parte na cerimónia.  

O Seminário começou levemente…na praia. O dia ventoso e enublado não nos impediu de aproveitar a brisa oceânica e de jogar futebol, que parece ser a segunda religião de Portugal.

Após a palestra sobre a cultura portuguesa pelo Professor Victor Marques dos Santos, passámos o resto do dia na bela vila de Sintra e no Cabo da Roca, o ponto mais occidental da Europa Continental.

A partir de segunda-feira, dia 4, começaram as diversas palestras. O primeiro grupo de oradores proporcionou-nos uma visão sobre os assuntos contemporâneos com os quais a NATO lida, os resultados da Cimeira de Bucareste de 2008 e os desafios que a Aliança irá enfrentar nos próximos anos. Visto que 2009 será o ano de comemoração do sexagésimo aniversário da NATO, o Sr. Embaixador Manuel Tomás Fernandes Pereira, Representante Permanente de Portugal na NATO deu-nos uma visão interna da Aliança na actualidade e o seu futuro num mundo cada vez mais complexo e interligado.

A manhã de terça-feira foi dedicada à energia, alimentação, crises ambientais e segurança internacional e ainda à responsabilidade de proteger, com palestras proferidas por Félix Ribeiro, do Ministério do Ambiente, e Mónica Ferro, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.

Este dia foi particularmente interessante porque o principal assunto tratado foi a situação no continente Africano e as suas reais e possíveis consequências para a segurança internacional. As apresentações atraíram particularmente a atenção da maioria dos participantes provenientes da Europa Central e de Leste, já que este teatro de segurança não é normalmente um assunto abordado nestas regiões. A intervenção de João Gomes Porto da Universidade de Bradford foi especialmente significativa.

O auge do programa do seminário foi a visita ao NATO Joint Command Lisbon (JCL). Tivemos o prazer de conhecer não só os oradores oficiais que prepararam as palestras mas também os representantes nacionais. Foram de grande importância as discussões informais durante o almoço oferecido pelo JCL.

O programa continuou durante a tarde com as palestras do Sr. Lopez-Navarro, da Divisão de Diplomacia Pública da NATO, e do Professor Doutor Luís Lobo-Fernandes, da Universidade do Minho, sobre o futuro das Relações NATO-UE e o conceito estratégico europeu.

Na quinta-feira, os participantes visitarem o Instituto de Defesa Nacional, onde tiveram a oportunidade de ouvir duas palestras sobre as propostas de política externa dos candidatos presidenciais dos EUA, por Henrique Raposo, do Instituto de Defesa Nacional, e por Francisco da Cunha Rêgo, do Instituto da Democracia Portuguesa. A sessão foi seguida de um curto debate sobre o futuro das relações transatlânticas e sobre como irá o próximo presidente norte-americano abordar as áreas do Pacífico e do Atlântico, as ligações com economias emergentes como a Índia e os seus concorrentes, como a China.

Durante a tarde, os participantes tiveram tempo livre para experimental a vida da capital e os seus arredores, como o Palácio da Pena, parte do Património Mundial. Alguns dos participantes decidiram ainda assistir a uma tourada, uma tradição portuguesa.

O último dia do seminário foi dedicado a uma simulação de policy-making, com o propósito de elaborar um novo Conceito Estratégico da NATO, durante a qual os participantes tiveram que trabalhar em conjunto, debater e escrever um documento final.

Em relação ao programa, alguns dos participantes concordaram que deveriam ser incluídos mais workshops nos quais pudessem interagir mais entre eles e com os próprios oradores. Poderia também ser incluída uma sessão com oradores com diferentes opiniões em debate activo com os participantes.

Os participantes adoraram dispender uma semana em Portugal, um país com uma grande herança cultural, respirando História Mundial, desde as Descobertas até à actualidade.

Todos agradecemos à organização pela hospitalidade que proporcionaram no seus país, e muito gostaríamos de voltar a Portugal.

Em nome dos participantes,

Ludek Moravec
Alina Mihai

Newsletter - Apresentação

A Comissão Portuguesa do Atlântico (CPA) é uma associação sem fins lucrativos, constituída nos termos da lei portuguesa, com as seguintes finalidades principais:

- Dar a conhecer a Organização do Tratado do Atlântico;
- Divulgar a contribuição portuguesa para a prossecução dos objectivos da Aliança, na defesa da paz, da liberdade, da democracia pluralista e dos direitos do homem;
- Contribuir para o estreitamento das relações de amizade e de compreensão entre os países aliados e para a elevação do nível de vida e a promoção social dos respectivos povos.

A Comissão Portuguesa do Atlântico é membro de pleno direito da Atlantic Treaty Association (ATA), organização que promove o mesmo tipo de propósitos e em que, presentemente, estão filiados 42 países.

A Comissão Portuguesa do Atlântico tem desempenhado regularmente um papel muito activo no seio da ATA, tendo alguns dos membros do seu Conselho Directivo exercido funções do maior relevo na ATA. É o caso do Dr. Bernardino Gomes que foi vice-presidente da ATA entre 1985 e 1988, e presidente entre 1988 e 1991; é o caso do Dr. António Borges de Carvalho que foi Tesoureiro da ATA durante seis anos, entre 1994 e 2000, e que exerceu as importantes funções de Secretário-Geral, na respectiva sede em Paris, entre Maio de 2000 e Novembro de 2003. É também o caso do Dr. António Jorge Gonçalves Rodrigues que presidiu ao Comité de Educação entre 1992 e 1998 e do Vice-Almirante Reis Rodrigues que foi Vice-Presidente da ATA entre 2003 e 2006. Actualmente, os Drs. Bernardino Gomes e António Borges de Carvalho são membros do Comité de Patronos da ATA.

Entre as actividades regulares da Comissão Portuguesa do Atlântico incluem-se a realização de conferências e seminários, e a manutenção de uma Biblioteca e Centro de Documentação acessível a eventuais interessados em assuntos de Defesa e Relações Internacionais, particularmente os directamente relacionados com a NATO. Até final de 2001, a Comissão assegurou também a edição e distribuição da versão portuguesa da revista “Notícas da OTAN”; a partir de 2002, esta colaboração mantém-se para efeitos de tradução e edição, visto que a distribuição da revista passou a ser feita exclusivamente em versão on-line.

O actual Presidente da Comissão Portuguesa do Atlântico é o Dr. Bernardino Gomes e o actual Presidente da ATA é o Dr. Karl Lammers, da Alemanha. 

A Associação da Juventude Portuguesa do Atlântico (AJPA) é uma organização de jovens criada em 1995 no âmbito da Comissão Portuguesa do Atlântico, e enquadra-se ainda entre as diversas associações congéneres que compõem a Youth Atlantic Treaty Association (YATA), uma organização criada no âmbito da ATA.

O objectivo central desta organização é sensibilizar os jovens, de uma forma dinâmica e actual, para o estudo e reflexão sobre as questões de Segurança e Defesa Nacional, Europeia e Transatlântica.
Para este efeito, a AJPA organiza uma série de eventos, em cooperação com entidades públicas e privadas com as quais mantém relações privilegiadas, no sentido de atingir o objectivo que se propôs e simultaneamente ir ao encontro dos jovens.

Das actividades que organizamos anualmente destacamos as seguintes:

- Seminários internacionais com participantes dos países membros da NATO e países membros dos programas de parceria, com o apoio do Estado-Maior General das Forças Armadas;
- Organização de exercícios de simulação do Conselho da NATO, em situações de crise;
- Organização de conferências em cooperação com várias Universidades Portuguesas;
- Organização de debates e tertúlias académicas;
- Auxílio com documentação para alunos e indivíduos interessados em questões de Segurança e Defesa;
- Viagens de estudo às instituições comunitárias e à sede da OTAN.

Para além destes aspectos, os membros da Direcção da AJPA, que trabalham de uma forma voluntária, participam ainda em programas de cooperação, nomeadamente Seminários e outras acções, organizados por Associações congéneres.

A Associação da Juventude Portuguesa do Atlântico, reflectindo o espírito dos seus destinatários e dos seus membros directivos, é uma organização aberta a colaborações e a propostas de actividades desde que se enquadrem nos objectivos e âmbito da organização.

Actualmente os membros da Direcção da Juventude Portuguesa do Atlântico são: Samuel de Paiva Pires, Jorge Piteira Martins, Rui dos Santos Inácio, Inês Narciso, Paulo Cardoso, Jorge Wahnon Ferreira, Catarina Falcão, Daniela Rodrigues, Carina Machado, Ana Margarida Silva e José Miguel Pires.

O Dr. Jorge Girão (antigo Presidente da AJPA), o Dr. Luís Carolino e Dr. Hugo de Melo Palma fizeram parte da direcção da YATA e o Sr. Samuel de Paiva Pires é actualmente Vice-Presidente daquela organização internacional.

Newsletter n.º 1 - Editorial

O Século XXI colocou-nos perante uma série de novos desafios, contudo apresentou-nos também novas ferramentas para os enfrentarmos e superarmos. A globalização, acreditemos ou não neste fenómeno, teve o mérito de aproximar os povos e de os dotar com instrumentos tecnológicos até aqui nunca vistos, transformando as sociedades nos seus costumes, hábitos e práticas. Este boletim electrónico que hoje se apresenta reúne precisamente estes elementos até aqui mencionados: é feito por pessoas que estudam estas alterações e que aproveitam os benefícios tecnológicos do século XXI para os apresentar, debater e partilhar conhecimento, opiniões e ideias.

Neste primeiro número, pretende-se apenas dar o mote, revelar o espírito dinâmico e criativo dos autores, aguardando por sugestões e participações activas e construtivas nestas matérias de Relações Internacionais, Direito, Segurança, Defesa.

A NATO está mais uma vez em mudança, as alterações do ambiente internacional a isso obrigam, e mais uma vez a questão do comando de Oeiras coloca-se. Desta feita parece ser inevitável a perda de influência Portuguesa neste Comando Regional. Por outro lado parece que o Cincsouthland vai assumir uma importância maior em toda a estrutura operacional da organização, não deixa de ser curioso este aspecto, mas leva-nos a reflectir quanto ao efectivo envolvimento Português nas operações da Aliança. A questão é simples: se queremos ter relevo temos que estar presentes de uma forma mais efectiva e permanente, se não podemos ou não queremos por uma questão estratégica, então é melhor redefinir as nossas prioridades no orçamento de Defesa nacional. Fica aqui o mote para uma discussão que se quer mais abrangente e aprofundada face as questões que envolve, quem sabe no próximo número. Por outro lado vivemos ainda na ilusão do novo Presidente dos EUA. O Sr. Obama teve o condão de proporcionar esta expectativa global quanto ao que vai ser o seu rumo, sendo certo que até ao momento tem privilegiado as questões económicas, por razões óbvias, e enviado elementos da sua Administração para auscultar as situações mais criticas, entenda-se o nuclear no eixo China, Coreia(s) e a já delicadíssima situação no Médio Oriente que os aliados de Israel fizeram o favor de lhe evitar um embaraço maior no dia da sua tomada de posse com o fim da ofensiva militar no Líbano, centrando-lhe as atenções no Irão e Iraque onde se esperam desenvolvimentos importantes, talvez ainda durante este ano. A Europa encontra-se mergulhada na sua teia de crise económica e a tentar ligar os povos para além dos vínculos económicos já existentes, não será fácil pois são séculos de diferenças e interesses próprios à volta de um conceito clássico de Estado/Nação/Território. O mundo tem vários desafios, os princípios da Carta do Atlântico de 1949 não estão em crise, têm é que ser relembrados e actualizados nas mentes deste século. Portugal deve estar no centro deste debate e deve reflectir sobre isto. Nas questões Atlânticas  não somos periféricos, nem podemos deixar-nos colocar nesse ponto!

Termino este Editorial, conforme iniciei, vamos aproveitar os benefícios da “Aldeia Global” e falar, construir e trabalhar para que não estejamos daqui a uns anos a amaldiçoar o tempo perdido e a chorar sobre algo que já não tem solução. Eu vou tentar neste espaço! Fica o mote…

Cumprimentos,

Artur Jorge R. Amorim Girão
Comissão Portuguesa do Atlântico

Abertura

Bem vindos ao blog oficial da Comissão Portuguesa do Atlântico e da Associação da Juventude Portuguesa do Atlântico. Iniciaremos este blog com os artigos constantes do primeiro número da newsletter nacional. Este blog servirá essencialmente para comentar a actualidade nacional e internacional nas áreas da Segurança e Defesa.